É pelo método dos questionários, aplicado a diversos sujeitos, que os investigadores conseguiram definir traços de personalidade relativamente estáveis. São os mesmos questionários que o prático utilizará. No decurso de um exame psicológico, recorrerá igualmente a outras técnicas que revelarão outros aspectos da personalidade – aptidões, motivações, tendências, profundas. Mas os questionários desempenham um papel importante em numerosos exames de orientação ou de selecção profissional.
Um questionário de personalidade pode comportar de cinquenta a quinhentas perguntas aproximadamente. Os mais curtos apenas dizem respeito a um ou dois traços de personalidade, os mais longos apenas são empregues nos exames clínicos. Os que são utilizados mais frequentemente são constituídos por cem ou duzentas perguntas, q que se pede para responder “sim” ou por “não”. Em muitos questionários está prevista a resposta intermédia: “entre as duas” ou “não sei”. Os temas abordados por estas perguntas são bastante variados. O individuo pode ser interrogado sobro os seu hábitos, sobre as suas preferências, sobre as suas opiniões, os seus sentimentos ou sobre a opinião que ele tem de si próprio.
A maneira como estes questionários são concebidos e apresentados não deixa ao indivíduo nenhuma possibilidade de se explicar sobre a sua escolha, mesmo que por vezes tenha o desejo disso. O que se espera dele é uma reacção imediata e não uma introspecção em profundidade. Nenhuma questão é verdadeiramente mais importante que outras. Se o indivíduo não está satisfeito com a resposta que acaba de dar pode pensar que se expressará melhor nas seguintes. Em caso de hesitação, resta-lhe sempre a possibilidade de escolher a resposta intermédia. Mas esta atitude não é recomendada, porque deixaria supor que está indeciso ou confuso. Mais vale que adopte a resposta para que mais se inclina, mesmo que tenha algumas razões para escolher a outra.
Em geral, não é desejável demorar numa pergunta - além de 10 segundos, por exemplo. É preciso lê-la atenta e completamente; a escolha efectua-se quase espontaneamente. No entanto, pode ocorrer um instante de reflexão para evitar ceder a um impulso absurdo ou uma interpretação superficial. Sem dúvida, a maneira como as questões estão formuladas não pode satisfazer toda gente: mais vale tomar partido e admitir que uma resposta a uma pergunta isolada não é mais do que uma aproximação muito provisória da verdade.
Muitos dos que respondem a questionários são perturbados pelo facto de uma das respostas lhes perecer “melhor” que a outra. Hesitam por vezes em escolhê-la, mesmo que corresponda à verdade, porque temem ser chamados mentirosos. Ao contrário, podem tentar fazer eles próprios um retrato lisonjeiro, dando apenas respostas aparentemente favoráveis. Nem sempre é fácil fazer “batota”, o facto de procurar ganhar vantagem pelas suas respostas revela já um aspecto da personalidade, facilmente perceptível; acontece o mesmo com a tendência para “escurecer o quadro”. Um “excesso” de fraqueza parece-se por vezes a uma falta de controlo.
Aconselha-se aos candidatos a não procurarem saber se há uma boa e uma má resposta e sobretudo não serem obcecados pelo problema da sinceridade, os mais graves erros imputáveis aos questionários de personalidade não provém tanto dos esforços de dissimulação de alguns como da falta de clarividência de grande número de indivíduos face a si mesmo.
domingo, maio 23, 2010
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